quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Pure food and wine/ One lucky duck: comida viva



Para quem não conhece o conceito de alimentação viva, explico: é uma dieta que inclui apenas alimentos crus ou aquecidos até 40ºC; a explicação para tal é que até esta temperatura, as enzimas dos componentes nutricionais dos alimentos são integralmente preservadas e, portanto, integralmente consumidas. Os ingredientes são sempre frescos e não processados, preferencialmente orgânicos (em geral, 100% orgânicos). A alimentação viva é sempre vegetariana e, em geral, vegana (algumas vezes se utilizam mel e, menos comumente, leite de vaca cru).

Para se fazer alguns dos pratos, utilizam-se desidratadores, que “cozinham” a comida lentamente (às vezes por mais de 24 horas) sem ultrapassar essa temperatura.

No Brasil, onde adoção da alimentação viva cresce bastante a cada dia, em geral é difícil a utilização do desidratador por ser um produto importado e caro. Como alternativa a eles, utilizam-se a luz do sol, abundante em nosso país, e panelas de barro aliadas às próprias mãos para mexer os alimentos, já que assim é possível controlar a temperatura (que é aquela até a qual a mão é capaz de aguentar sem se queimar).

O Pure food and wine talvez seja o restaurante vivo mais famoso do mundo. Sua atmosfera elegante, a carta de vinhos e a inventividade dos pratos faz com que em geral as pessoas se esqueçam que estão comendo algo que não foi de fato cozido.

Ao lado, virando a esquina, eles abriram uma versão mais rápida e um pouco mais barata do restaurante: o One lucky duck, que serve alguns dos pratos que são servidos no Pure food and wine, sem falar que a comida de ambos é feita na mesma cozinha, pelas mesmas pessoas. Então, como não sou boba nem nada, escolhi ir no mais barato.

Ainda assim, os preços são salgados. Tão salgados quanto a lasanha de abobrinha que pedi. No cardápio, ela parecia tentadora: camadas de abobrinha desidratadas, com tomates, queijo de castanhas, pesto de manjericão e de tomate seco. Mas quando chegou, uma decepção: o queijo de castanhas era super pesado e o prato todo estava tão salgado e intragável que botei numa caixa e levei pra casa (no final, ninguém quis comer e acabou indo pro lixo).

Quem já esteve no Universo Orgânico, restaurante vivo da chef Thiana Rodrigues, lá no Leblon (Rio de Janeiro) e provou a lasanha viva dela, jamais aprovaria a versão do Pure food and wine.

A versão carioca é muito mais bem feita, com um delicioso queijo cremoso de macadâmia e um molho de tomate que nunca provei igual. No Festival Vegano que rolou no Rio em julho passado, essa lasanha viva deu o que falar entre meus amigos.

Mas pode ser só que eu tenha dado azar, ou pedido o prato errado. Portanto, ainda assim recomendo o Pure food and wine pra quem está a fim de conhecer a alimentação viva.

(mas também quero recomendar o Universo Orgânico, no Rio!)

Sites:

Pure food and wine: http://www.oneluckyduck.com/purefoodandwine/

Universo Orgânico: http://www.universoorganico.com/

Um comentário:

Racréu disse...

ô marínia, é ruim mas tu recomenda?!