quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Red Bamboo com Andréa (do blog Brazil Nut)





Pra quem já deu uma olhadinha ali no canto da página, existem alguns blogs e sites que eu recomendo que todos visitem. Um deles é o Brazil Nut, da Andréa N., paulista que mora em Nova York há oito anos.

Andréa, como boa vegana, entende muito bem de comida. E o marido dela faz pratos maravilhosos que ela fotografa e posta no blog (segundo Andréa, agora ela está se animando mais a também se aventurar na cozinha).

Nos conhecemos pelos nossos blogs e resolvi aproveitar a passagem por NY para conhecê-la pessoalmente para trocar figurinhas veganas.

Combinamos um jantar no Red Bamboo, um vegetariano (não vegano) da minha listinha de restaurantes a conhecer.

O Red Bamboo também tem um apelo soul food (tipo de comida já descrito aqui no blog). Muitas carnes falsas, empanados, frituras, sanduíches... Aquelas velhas delícias!

Eu fui de sanduíche de berinjela à parmegiana (empanada, com molho de tomate e queijo vegano), porque não estava com muita fome. Ledo engano. Era o maior sanduíche que já vi na vida, chega levei um susto. Levei metade pra casa.

Andréa foi de frango falso, também à parmegiana. É um dos pratos preferidos dela! Ela também costuma pedir esse mesmo prato em um outro restaurante que esqueci o nome...

De sobremesa, pedi o (un)cheesecake com cobertura de framboesa porque queria muito prová-lo, mas nós mal conseguimos comer o pobre coitado de tão denso e doce que ele era (gosto mais do que eu faço, bem mais leve...).

Conclusão: se algum dia você for ao Red Bamboo, assegure-se de que está com bastante fome.

Andréa, foi super legal te conhecer e trocar uma ideia! Espero nos encontrarmos em breve no Brasil, hein?

(na foto final, eu e Andréa)

Para ver o menu do Red Bamboo, visite: http://www.redbamboo-nyc.com/

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Lojas de roupas e acessórios veganos






Tá, eu sei, roupas e acessórios não são comida e portanto não deveriam estar nesse blog, totalmente dedicado aos prazeres de se encher a pança eticamente.

Mas muitos veganos (em geral, mulheres), sonham com o dia em que o mundo da moda será completamente desprovido de produtos animais e eles tenham toooooda uma loja de sapatos lindos e maravilhosos para escolher, sem o constrangimento de ter que ficar cheirando os ditos cujos para saber se é couro ou sintético (quem nunca fez isso que atire a primeira pedra).

Pois bem, em Nova York existem duas opções totalmente veganas: a Mooshoes, que oferece sapatos, bolsas, cintos, carteiras, e a NY Artificial (NYA), com roupas, bolsas, cintos e acessórios num estilo mais alta roda da sociedade, com muitas imitações de pele super bem feitas.

A Mooshoes (“moo”, ou “mu”, da vaquinha) vende produtos diversas marcas americanas e européias. Uma das mais bonitas e bem feitas, é a Novacas (de “não-vacas”), marca portuguesa. Aliás, Portugal tem várias iniciativas veganas muito legais.

A NYA é uma ecoloja, ou seja, não vende couro por conta da toxicidade dos produtos utilizados na sua produção (e não exatamente por ativismo vegano). O dono, Alex, um cara muito legal, me contou que eles mesmos produzem grande parte dos produtos (as peles falsas inclusive) no porão da loja, além de comprarem apenas de marcas que eles sabem que não utilizaram mão-de-obra na China, Tailândia, Taiwan, etc, pois via de regra é trabalho semi-escravo.

Por isso a dificuldade que Alex encontra para vender sapatos: nos EUA praticamente não existe produção de sapatos (ainda mais que não sejam de couro), todas as marcas têm suas fábricas em países asiáticos.

A NYA vende roupas e acessórios de alguns estilistas brasileiros radicados em NY.

Nas fotos, de cima para baixo: fachada e prateleiras da Mooshoes, um dos dois gatinhos que mora na loja e estrela alguns dos comerciais (e que me arranhou bonito), fachada e interior da NYA (Alex no canto esquerdo).

Mooshoes e NYA enviam seus produtos para qualquer lugar do mundo, visite os sites para conhecer: http://mooshoes.com/ e http://nyartificial.com/.

Existem também outras lojas de sapatos veganos na internet, procure!

domingo, 25 de outubro de 2009

Babycakes: confeitaria vegana e meiga



O Baycakes tem uma proposta visual super baby: nome meigo, tons pastel, e uniformes-gracinha para os funcionários (com direito à gravata borboleta).

Pena que o atendimento não é tão meigo quanto o visual (mas também por aqui é bem difícil achar alguém meigo e fofo).

Nenhum dos produtos contêm soja. Muitos são livres de glúten e/ou de açúcar (são adoçados com néctar de agave).

Foi um alívio finalmente comer um cupcake cuja cobertura eu mordia e não sentia os cristais de açúcar sendo esmagados (porque aqui qualquer sobremesa é lotada de açúcar). Provei cupcake de maçã com cobertura de blueberry e mini-brownies fofuras.

O lugar é uma gracinha e recomendo para quem tá louco por uma sobremesa mas quer fugir do açúcar excessivo.

Existe um livro homônimo lançado pela dona da loja, com as receitas dos produtos servidos lá.

Para conhecer: http://www.babycakesnyc.com/

Vegetarian Dim Sum House: comida tipicamente cantonesa





E, é claro, tinha que ser em Chinatown! Esse bairro de NY é um local que pode ser bastante desagradável para veganos, por conta da quantidade de animais servida nos restaurantes locais (alguns expostos vivos, como as lagostas) e, pior ainda, por conta dos animais mortos que ficam pendurados à venda nas lojas (ainda bem que não me deparei essa parte, mas várias pessoas me contaram).

Ainda bem que existe o Vegetarian Dim Sum House pra nos salvar! E pra quem tá a fim de uma comida típica mesmo, de verdade, do jeito que feita na China e sem ocidentalizações, é ótimo (mas também um pouco difícil de gostar à primeira prova, porque as coisas tem consistências estranhas).

Dim sum são os aperitivos que podem ser comidos no café da manhã, almoço e lanche em Hong Kong, Taiwan e outras partes do sul da China.

Por isto, neste restaurante, os fortes são as entradas: rolinhos, dumplings, arroz envolto em folha de lótus e outras diliças.

Pra começar, escolhi dois: turnip cakes (bolinhos grelhados feitos com um tipo uma raiz da família do nabo) e dumplings de vegetais ao vapor. A consistência era realmente estranha, os turnip cakes eram meio gelatinosos e os dumplings, puxentos, bem diferentes da versão americanizada servida pelo país afora.

De prato principal, pedi um arroz coberto com tofu, cogumelos e legumes. Na verdade, não gostei do tipo de tofu que eles usam, muito molenga.

Pra quem for visitar Chinatown, o Vegetarian Dim Sum House é parada obrigatória.

(não tem site)


Foodswings: fast food gordurento e delicioso





O Foodswings, em Williamsburg (Brooklyn), é um local que recomendo fortemente a todos que tiverem a oportunidade de vir a Nova York.

Pra quem gosta de hambúrguer, milk shake, nuggets e todas essas coisas maravilhosamente despreocupadas com a saúde, é um prato cheio (e beeeem menos prejudicial que fast foods convencionais).

A comida é boa que só e o milk shake, então, foi o melhor que tomei na vida (458 vezes melhor que os milk shakes feitos com leite e sorvete tradicionais).

O ambiente é estilo hardcore/rock'n'roll, com paredes pretas, pôsteres de banda e pixações por todo o canto. Bem aconchegante.

O cardápio tem de um tudo: vários tipos de hambúrguer, cachorro quente, sanduíches frios, saladas, wraps, chili, batatas fritas e sobremesas.

Quis provar novamente uma coisa que não costumo gostar: essas imitações de carne/frango/peixe. Pedi o filet of soul: “peixe” empanado e frito, queijo vegano, molho tártaro, alface e tomate no pão de hambúrguer. E ainda lancei um extra: molhinho de blue cheese vegano. Sucesso total.

The tank, o milk shake que escolhi, era simplesmente de sorvete de chocolate, cookies e peanut butter (manteiga de amendoim). Um absurdo. Uma afronta total à comida vegana sem graça servida pelos quatro cantos do nosso Brasil varonil.

De sobremesa... Uma porçãozinha de nuggets com molho barbecue. Huuuuummmmmm!!!!!

Para conhecer o Foodswings, visite: http://www.foodswings.net/

Candle Café



O Candle 79 e o Candle Café são dois restaurantes dos mesmos donos, sendo que o primeiro tem uma proposta mais chique e o segundo, uma apresentação mais simples, estilo café (isso não significa que o preço seja menor...). Ambos ficam no Upper East Side de Manhattan, a parte mais metida a besta da ilha. Na verdade não considero isto uma coisa ruim, porque acho que o veganismo tem que estar presente em todas as faixas econômicas da sociedade, para conscientizar e conquistar a todos! E, aliás, aqui tem lugares veganos em tudo quanto é canto.

Os Candles são provavelmente os veganos mais famosos do mundo (pelo menos são os que eu mais ouvi falar). Eles me foram altamente recomendados e estavam na minha listinha de imperdíveis. Novamente, a expectativa era grande.

Rumei pra lá no domingo chuvoso e muuuuito frio para um brunch. Eram 11:30 e meu estômago roncava loucamente. Queria pedir uma coisa de cada para provar, mas viajar sozinha tem dessas coisas chatas: eu não ia ter com quem dividir, e ia sobrar comida. Queria pedir waffles, tofu scramble (versão vegana do ovo mexido)... Resolvi partir para uma coisa mais substanciosa que me deixasse de pé pelas próximas horas no museu.

Pedi então um breakfast burrito, recheado de arroz, tofu scramble, feijão e couve/espinafre, coberto com vegan sour cream, salsa e guacamole, acompanhado de um mocha milk shake (de café com chocolate).

Decepção... o burrito gigantesco não estava gostoso. Essa história de virar crítica gastronômica deixa a gente muito exigente. As folhas verdes estavam amargas e não tinha nenhum sabor que balanceasse esse amargo. Nem consegui terminar!

O milk shake estava aguado. Provei outros bem melhores em DC e NY.

Mas tudo bem, valeu bastante a pena pra provar e conhecer o local.

Para conhecer o menu do Candle Café: http://www.candlecafe.com/

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Continuação da aula mostly vegetarian cooking techniques






Para o jantar, fizemos (de cima para baixo):

  • salada asiática com molho de amendoim

  • caldo de shitakes

  • polenta de milheto e batata-doce e molho de feijão azuki (juntos, no prato)

  • pêras caramelizadas com suco de romãs e amêndoas (novamente, com xarope de arroz integral)

Na foto final, a chef e os alunos do curso.

Primeira aula no Natural Gourmet: mostly vegetarian cooking techniques





Traduzindo: técnicas culinárias em sua maioria vegetarianas. Por que “em sua maioria”? Porque um dos pratos ensinados levava peixe (me afastei um pouco nessa hora, não suporto aquele cheiro e o visual da coisa). Os demais pratos eram veganos.

Essa é uma aula ministrada em dois sábados, por 7 horas cada dia.

Na parte da manhã são ensinados os pratos e sobremesa que são comidos na hora do almoço e, à tarde, fazemos o jantar.

Os alunos ajudam na preparação: cortamos os legumes e frutas a serem utilizados (para treinar as técnicas de corte ensinadas), depois a chef cozinha os pratos, mostrados passo-a-passo, no balcão da cozinha, enquanto os alunos assistem.

Na primeira foto acima, a chef Alexandra Borgia mexendo o cozidão.

Para o almoço, tivemos (de cima para baixo):

  • espetinhos de tempeh marinados em molho de shoyu, gengibre...

  • brocólis ao alho, arroz negro e cozido de legumes (juntos, no prato)

  • maçãs caramelizadas com noz pecã (não foi utilizado açúcar para caramelizá-las, e sim xarope de arroz integral)

Primeira experiência no Natural Gourmet Institute: o jantar de sexta-feira




Todas as sextas-feira à noite, o Natural Gourmet oferece um jantar (sempre vegano) feito pelos alunos do curso Chef's training. O cardápio é divulgado previamente no site da escola e os interessados ligam para fazer reserva e pagam no dia do jantar. O menu sempre inclui uma entrada, um prato principal e uma sobremesa.

Morria de curiosidade para saber qual o nível dos pratos oferecidos. Minha expectativa era grande. Talvez grande demais, porque acabei achando o jantar ok, mas não tão absurdamente delicioso quanto eu esperava. E as porções são bem pequenas (ainda bem que eu não estava com muita fome, senão ia rolar mau humor).

Os ingredientes dos jantares são sempre sazonais: são utilizados produtos da época. Aqui, no outono, o que mais dá são milhões de tipos de abóbora (por isso elas são o símbolo do Halloween), além de outros tubérculos e raízes, e maçãs. Portanto, estes foram os ingredientes principais do cardápio.

O cardápio foi (de cima para baixo):

  • Entrada: ravióli de abóboras com creme de castanha de caju e alho (acho que por cima do ravióli eram uns grãos de milho tostados), acompanhado de salada de folhas com vinagrete de romã. A maior surpresa do prato ficou por conta do creme de castanha de caju, loucamente cremoso e com bastante alho. Os comensais ficaram impressionados com o fato de que o creme não levava nenhum tipo de laticínio (muitos ali nem sabiam que o jantar era vegano).

  • Prato principal: Croquetes apimentados de feijão preto e seitan, guarnecidos com pimentão em coserva, redução de vinho tinto, couve com cebola e alho e legumes da época assados. Achei sem graça. As beterrabas não estavam bem assadas e estes bolinhos eram bem normais. Acho que no Brasil fazemos croquetes/bolinhos melhores!

  • Sobremesa: Panna Cota de baunilha fresca coberta com maçãs caramelizadas e nozes pecã adocidadas (provavelmente com néctar de agave ou algum outro adoçante natural). Acho que este foi o prato mais bem elaborado. Os cubinhos de maçã estavam crocantes por fora e macios por dentro e a calda estava deliciosa.

Valeu a pena para conhecer como funcionava o jantar. Para quem trabalha com culinária, é sempre bom conhecer novas propostas para ter inspiração para novas ideias.

Para conhecer o Natural Gourmet Institute: http://www.naturalgourmetinstitute.com/

Nova York: começo da aventura vegana


Ah... Nova York... A cidade que talvez tenha o maior número de opções veganas no mundo! É realmente um privilégio estar aqui (e uma armadilha para o bolso e a pança).
Mas é impossível não enlouquecer com as delícias que a cidade oferece!
O motivo principal da minha vinda a Nova York (e também aos EUA) tem nome e endereço: Natural Gourmet Institute, uma escola de culinária focada em alimentação natural, orgânica e, acima de tudo, no requinte gastronômico (nada de naturebice por lá!). Me inscrevi em algumas das aulas públicas da escola (porque além disso eles oferecem um treinamento de chefs que dura alguns meses e custa, pasmem, 20 mil dólares. Sem chance.). O preço das aulas não é uma bagatela, de forma alguma, mas achei que valia a pena, principalmente para conhecer a proposta e a maneira como as aulas são ministradas.
O outro motivo, é lógico, também era conhecer os maravilhosos restaurantes veganos e vegetarianos da cidade, alguns mundialmente famosos, como o Candle 79.
Para começar, antes de vir, comprei o The vegan guide to New York City, para saber exatamente que restaurantes escolher e suas localizações.
O guia foi escrito por Rynn Berry e Chris Abreu-Suzuki. Rynn é especialista em história do vegetarianismo e até já foi entrevistado pela brasileira Revista dos Vegetarianos. Ele conhece o Brasil e inclusive há uma menção no guia ao restaurante vegano Vegethus, em São Paulo, na opinião dele, um dos melhores do mundo.
Acompanhem então os próximos posts sobre os restaurantes visitados e as aulas de culinária.
PS: agradecimentos mais que especiais às minhas anfitriãs na cidade: Ju Caldas, Nina, Moema, Fabi e Claire. Valeu, meninas! Sem vocês essa experiência não seria possível.
Para saber mais:
- Vegan Guide to New York City: http://www.amazon.com/Vegan-Guide-New-York-City/dp/0962616982
- Revista dos vegetarianos: http://www.europanet.com.br/vegetarianos/index.php?

domingo, 11 de outubro de 2009

Soul Food vegana


O conceito de soul food é uma coisa bem peculiar: é a comida típica criada pela população negra do sul dos Estados Unidos. As pessoas têm bastante apego a este tipo de comida, porque este estilo é pai dos pratos conhecidos como comfort food, ou a comida que traz conforto, faz lembrar da infância, da mãe cozinhando, etc.

Inclusive existe um programa no Food Network Channel (siiiim!!!! canal de TV só de culinária!!!!) que é um casal negro que prepara praticamente só soul food. No único episódio que assisti, eles fizeram churrasco de porco (credo), espigas de milho na brasa com molho barbecue (BBQ), maionese de batatas (que eles chamam de “salada”) e sorvete de batata doce.

Pra dizer a verdade, eu não sei bem dizer que pratos são soul food além de churrasco, mac & cheese (macarrão com queijo), greens (couve e folhas similares cozidas em água), coisas com molho BBQ e diferentes tipos de batata. Mas imagino que deva haver mais que isso!

Pois bem, aqui em DC existem dois restaurantes veganos especializados em soul food: Senbeb e Soul Vegetarian.

Há muito pouco tempo, quando eu estava dando uma corrida pelas redondezas da onde estou hospedada, descobri que o Senbeb fica simplesmente pertíssimo de casa. Alegria! Um lugar totalmente vegano para comer quando estou com preguiça de cozinhar/pegar o metrô pra longe! Porque, na verdade, a uma distância caminhável de casa existem também outras opções de refeições veganas, mas em restaurantes onívoros - como o Mark's Kitchen, com seus deliciosos bolinhos de tofu, dumplings, hambúrgueres, lasanha, milk shakes; o Roscoe's, pizzaria com opção de queijo vegano; e o Middle Eastern, com comida árabe.

O Senbeb tem um cardápio pequeno, composto de alguns tipos de sanduíche (o veggie burger que a Simone pediu foi o melhor que comi por aqui), dois pratos quentes e alguns pratos vivos (crus), e um ambiente não muito amigável. Isso merece uma nota da autora:

Nota: aqui nos EUA, curiosamente, existe um movimento de empoderamento (empowerment) da população negra de classe baixa que, pasmem, envolve a adoção da dieta vegana. Portanto, estes dois restaurantes são de pessoas negras deste movimento e têm uma clientela quase que exclusivamente negra.

Bom, então continuando, quando eu e Simone fomos almoçar lá, não fomos recebidas com muita simpatia. Afinal de contas, não somos pessoas que eles consideram como parte da comunidade negra. A atendente fez uma cara de bunda jamais antes vista. Mas tudo bem! Já esperávamos isso: Simone tinha estado no Soul Vegetarian e foi tratada da mesma forma.

Não ligamos, fizemos nosso pedido e nos deliciamos com o almoço servido em embalagem descartável de isopor (nada sustentável! nota zero pra eles!).

Eu fui de soul food, pra manter a tradição: um delicioso tofu com molho BBQ (caseiro), servido sobre arroz, saladinha crua pra acompanhar (veio a calhar) e a comfort food mais amada dos EUA: mac & cheese (macaronni and cheese).

O mac & cheese vegano é geralmente feito com tofu, para dar a cremosidade e a impressão de queijo esmigalhado, e nutritional yeast flakes (no Brasil é traduzido como levedo de cerveja em flocos, mas não tenho certeza de que seja a mesma coisa), que tem um aroma forte de queijo.

Algo irônico aconteceu hoje: eu estava em um evento, o Green Festival, como voluntária na mesa do Compassion Over Killing. Quem apareceu por lá? A atendente com cara de bunda. Impressionantemente, ela começou a bater papo comigo e se revelou uma pessoa muito doce e simpática, e inclusive me falou que já morou no Brasil por dois anos (no Rio). Espero ser mais bem tratada no Senbeb daqui pra frente!

Para saber mais:

Food Network: http://www.foodnetwork.com/

Mark's Kitchen: http://www.markskitchen.com/

Uma foto de nutritional yeast flakes: http://www.all-creatures.org/recipes/images/i-yeast-nutr.jpg

(Roscoe's, Middle Eastern, Soul Vegetarian e Senbeb não têm site na internet)

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Comida de Burma (ou Mianmar)






O que mais me fascina aqui nos EUA é a variedade de comidas típicas que se pode encontrar. Devido à densa imigração de pessoas de vários países, existe todo tipo de comida possível e imaginável. E o legal é que se criou uma cultura entre a população de se experimentar e apreciar estas variedades.

Fomos ontem a este restaurante, relativamente perto de casa, que se chama Mandalay. A comida é típica de Mianmar, ou Burma. Pra começar, eu nem sabia que Mianmar também se chamava Burma, e nem sabia muito bem sua localização, só sabia que era na Ásia (faz fronteira com Tailândia, Laos, China, Índia, Bangladesh e Oceano Índico).

A comida é deliciosa, super caseira e barata (relativamente aos preços daqui).

Como é comum entre outros restaurantes de comida típica da cidade, o cardápio tinha uma seção de pratos vegetarianos (todos veganos), inclusive três sobremesas.

Pedimos os seguintes pratos (de cima para baixo):

  • Tofu MoteNyinChin Gyaw: tofu salteado com mostarda azeda, cebola e coentro

  • Nyat KaukSweGyaw: macarrão largo e achatado, refogado com feijões amarelos (Vatana), brotos de feijão, corações de alface romana, amendoins e tofu levemente frito

  • Tofu Ohnno Hin: tofu levemente frito, pimentões verdes, cebolas e tomates com molho de creme de coco e curry

  • Espécie de torta de arroz grudentinho com açúcar mascavo e coco

  • Sorvete de abacaxi à base de leite de coco, servido em mini-abacaxi

Para conhecer o delicioso cardápio do Mandalay, visite: http://mandalayrestaurantcafe.com/menu.html.

Mimi Clark: segunda aula de culinária vegana




A aula da Mimi Clark já foi comentada aqui neste blog.

Essa mulé é danada. Ela está entrando no 19º ano como professora de aulas de culinária vegana e tem contato com Deus e o mundo. Conhece tudo quanto é chef vegano pelo país e é consultora de tudo quanto é marca de produto vegano.

Pois bem, essa foi a aula de “Beans & grains” (feijões e grãos), e o cardápio foi:

  • Purê de milheto (millet) com couve-flor

  • Salada dois grãos (trigo e quinoa) com gergelim

  • Croquetes de quinoa e feijão branco

  • Chili com bulgur (um tipo de trigo)

  • Patê de lentilha e nozes

  • Brownie de chocolate com feijão preto (sim!) e marshmallows

O mais impressionante da aula ficou por conta do brownie com feijão preto. Quando a gente comenta esta receita com as pessoas, invariavelmente recebemos em troca uma expressão de nojo.

No entanto, o feijão preto tem a função de encorpar a massa e adicionar proteína, fibras e ferro ao que seria só mais uma lariquinha - o brownie lotado de cacau e marshmallows.

E sim, aqui tem marshmallows veganos. É de uma fábrica em Nova York chamada Sweet and Sara (http://www.sweetandsara.com/). Eu, que nunca fui muito fã de marshmallows, achei a versão vegana deliciosa.

E o resultado visual desse brownie é explosivo, como vcs podem ver na foto de baixo!

Para conhecer o trabalho da Mimi Clark, visite: http://localdc.com/cooking/.

Bar vegetariano


Você, que é um vegano apreciador de teores alcóolicos (tipo meu amigo Guilherme), já se imaginou tomando uma biritinha pacificamente sem ter que conviver com porções de pescoço de peru, picanha na chapa, frango a passarinho e moela (que eu nem sei o que vem a ser) da mesa ao lado???

Pois bem, no Science Club isso é possível, já que ele é um bar e lounge vegetariano.

Tá certo que não vem a ser um daqueles agradáveis butequinhos brasileiros, mais descompromissados e descontraídos, e sim um lugar mais sóbrio, com cara de pub e drinques a preços salgadinhos.

Bom, pelo menos não vai ter moela.

Em lugar disso, guacamole com tortillas, sopas, tabule, hommus e veggie burger.

E o melhor de tudo é que ele fica nessa casinha de três andares em plena avenida lotada de prédios altos comerciais.

Já sabia da existência mas ainda não visitei o local. Um belo dia estava caminhando pra ir almoçar e me deparei com ele, foi aí que tirei a foto.

Tá na minha listinha de lugares a conhecer.

Para ver o menu do Science Club, acesse: http://www.scienceclubdc.com/.

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Sorvete feito em casa!



Aqui no mundo vegano dos EUA está rolando toda uma sensação em torno de um novo livro de receitas que acabou de ser lançado. Se chama “The vegan scoop” e é apenas de receitas de sorvetes veganos; dos mais variados e inimagináveis sabores possíveis (de noz pecã com manteiga a batata doce com manjericão). Para conhecer o livro, visite: http://www.theveganscoop.com/

O livro foi escrito pelo dono de uma sorveteria vegana em Boston, o Wheeler del Toro.

Não hesitamos e, além de comprar um livro para cada uma, Simone comprou uma máquina doméstica de sorvete para a casa dela, que vem a ser uma coisa muito barata por aqui (como todos os eletrodomésticos e artigos de cozinha e de casa), apenas 40 dólares.

Já fizemos sorvete de chocolate com manteiga de amendoim duas vezes seguidas e o negócio acabou em menos de 24 horas (na verdade, na segunda vez, acabou em menos de uma hora). É sensacionalmente absurdo, talvez o melhor sorvete que eu já tenha tomado na vida (não é o melhor sorvete vegano, é o melhor sorvete. Ponto.). Esse da foto foi o que fizemos pela primeira vez, ele ainda não tinha sido congelado, por isso a consistência não-sorvetosa.

O único e deprimente problema da transposição destas receitas para o Brasil é que, todas as receitas de sorvetes cremosos do livro requerem soymilk creamer, que é tipo um creme de leite de soja fresco, mais líquido que o creme de leite de soja do Brasil.

Mas aguardem, que a gente damos um jeitinho.

Asian Bistro Cafe: nuggets?


Fomos, depois de pegar um cineminha no qual estava simplesmente Michal Moore para a première de seu novo filme e do qual só conseguimos ver a silhueta (quem quisesse vê-lo de verdade tinha que pagar pra ver o filme dele), num restaurante asiático daqueles que vc passa do lado de fora e não dá muita coisa por ele (em termos de comida vegana).

No entanto, o Asian Bistro café tem uma seção inteiramente vegana no cardápio, repleta de coisinhas gostosas e carnes falsas, incluindo porco, frango, pato e camarão (medo!).

Na minha pura inocência e ledo engano, achei que não queria comer muito e pedi apenas uma porção de dumplings (deliciosos bolinhos cozidos no vapor, já destacado aqui no blog). Mas quando chegou o prato da Cissa (sweet & sour chicken)... ai meu jah. Que cara boa tinha esse negócio! Acho que comi metade do prato dela.

Parece... NUGGETS do McDonald's!!! E com aquele molho barbecue, ainda por cima.

Sei que é amedrontador que algo que se pareça com comida do McDonald's seja gostoso. Mas é. E muito!

Para conhecer o cardápio vegetariano do Asian Bistro café, visite: http://www.asianbistrocafe.com/dinner_menu2.html