segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Segunda aula no Natural Gourmet Institute: an autumnal vegetarian party





Tradução: uma festa vegetariana de outono!

O cardápio buscou enfatizar os vegetais da época, basicamente abóbora e maçã (tudo nessa época por aqui é de abóbora, maçã e pêra).

Alguns dos pratos não eram veganos, então ou simplesmente não comi, ou pedi para deixar uma porção sem o queijo.

O cardápio foi (fotos de cima para baixo):

  • Crostini com cream cheese de chipotle (um tipo de pimenta) e alho, decorado com rabanetes e cebolinha (prato não vegano);

  • Mix festivo de outono (sementes de abóbora e de cacau com cranberries e pimenta caiena – ô trem esquisito!);

  • Salada de rúcula, uvas assadas e pecorino ralado com vinagrete de chalotas assadas (prato não vegano, comi sem o queijo);

Continuação da segunda aula no Natural Gourmet Institute





Já que as fotos não couberam no post anterior, aí vai (de cima pra baixo):
  • Arroz negro coberto com batatas doces (que aqui são cor de laranja!) salteadas no vinagre balsâmico;

  • Abóbora assada recheada com hominy (milho branco tipo canjica) e tomatillo (tomatinhos verdes mexicanos) e coberto com salsa de pepino, abacate e chile poblano (pimenta);

  • Pudim de espresso com especiarias e chantilly de abóbora (prato não vegano, comi só o chantilly de abóbora, feito com leite de coco)

Lula's sweet apothecary: sorveteria vegana!!!!!





Imagine um lugar com diversos sabores de sorvetes, coberturas, chantilly, marshmallows, banana split, sundae, brownie com sorvete, milk shake, vaca preta (sorvete com coca!!)... Tudo vegano!

Ai ai, esse lugar existe e é o Lula's.

Apesar de muitos dos sabores de sorvete serem estranhos ao paladar do povo brasileiro (são aquelas estranhezas americanas: “torta de abóbora”, “manteiga e noz pecã”, etc), tem alguns bem apreciados por nós: o bom e velho chocolate, baunilha, chocolate com café e outros.

Na foto, um maravilhoso sundae com calda de chocolate e chantilly feito com leite de coco!

Site: http://www.lulassweetapothecary.com/

Franchia: um lugar pra descansar




Essa fofa casa de chá coreana fica bem perto do Empire State (aquele prédio bem alto – falar isso em NY é redundante – no qual os turistas sobem pra ver a cidade).

O ambiente é muito tranquilo, bom pra relaxar depois de uma longa caminhada pela cidade.

A carta de chás é imensa, mas como não sou fã da bebida, não pedi nenhum e não vou poder recomendar pra vocês!

Além dos chás, o cardápio tem muitas entradas, pratos principais e sobremesas, todos de inspiração asiática.

Pedi rolinhos à primavera (nada como uma boa fritura) e um Pad Thai vegano. Este prato tailandês de macarrão é originalmente feito com ovos, molho de peixe, pimenta, coentro, amendoim e qualquer combinação de brotos de feijão, frango, camarão e tofu. O da foto era composto de legumes, tofu e amendoim, coentro (e um molho né, mas não deu pra identificar os ingredientes dele).

Eles também oferecem um menu de chá da tarde por um preço fixo com a bebida acompanhada de diversos aperitivos e sobremesas.

O Franchia é mais uma recomendação de lugar em que um almoço, lanche, chá ou jantar não podem dar errado.

Site: http://www.franchia.com/

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Candle 79: o ápice da viagem





Um dos grandes sonhos da minha vida era conhecer o Candle 79, desde que vi a propaganda do restaurante em uma revista gringa pela primeira vez, há alguns anos atrás.

Pelas propagandas e pelo site, parecia ser o melhor restaurante vegano do mundo!

E realmente é, dependendo do que você está buscando. O restaurante, que fica no Upper East Side (como já dito anteriormente, lugar mais rico de Manhattan), é de altíssimo nível e oferece pratos muito bem elaborados; no entanto, as porções são minúsculas, comparadas com o valor que é cobrado por elas.

A história do Candle 79 é muito interessante: seus proprietários conseguiram grande parte do dinheiro necessário para montar o negócio porque ganharam 53 mil dólares na loteria! Viu, pessoal? Ainda há esperança para quem sonha em abrir um negócio vegano!

Hoje em dia, é um dos mais famosos e aclamados veganos dos EUA: já ganhou diversos prêmios de melhor restaurante vegetariano da cidade e do país, e é frequentado por pessoas famosas como Woody Harrelson, Alicia Silverstone (atores veganos) e ninguém menos que Paul McCartney (que também é vegano e ativista de direitos dos animais).

O seitan (olha ele aqui de novo!) do Candle 79 ajudou a construir a tradição de ótimos seitans de NY. É tão famoso, que muitos dos pratos de lá levam o ingrediente, incluindo o prato-assinatura da casa, Seitan piccata (o preferido do ex-beatle!). Piccata é o molho por cima do seitan : manteiga vegana, limão e alcaparras, tudo servido sobre bolo de batatas grelhado e espinafre cremoso.

Bom, se é o preferido de sir McCartney, tive que pedir né... Apesar de sentir falta de um arrozinho, adorei!

De sobremesa, segui a sugestão do Vegan Guide to NYC e do garçom do Candle (aliás, só rapazes muito bem apessoados trabalhando por lá!): fui de chocolate-peanut butter bliss, um mousse cremoso de manteiga de amendoim coberto por uma deliciosa camada de chocolate meio-amargo e com um fundo-casca de chocolate, mais delicioso ainda.

Pequena, cara, mas tão sensacional que rivalizou na minha mente por dias pelo título de melhor sobremesa vegana do mundo com o bolo trufado do Sacred Chow até, infelizmente, perder para ele.

Se algum dia você for a Nova York, por favor, não cometa o crime de deixar de ir no Candle 79, ele definitivamente merece uma visita. E por favor, peça o chocolate-peanut butter bliss!

Conheça o cardápio: http://candle79.com/

Pure food and wine/ One lucky duck: comida viva



Para quem não conhece o conceito de alimentação viva, explico: é uma dieta que inclui apenas alimentos crus ou aquecidos até 40ºC; a explicação para tal é que até esta temperatura, as enzimas dos componentes nutricionais dos alimentos são integralmente preservadas e, portanto, integralmente consumidas. Os ingredientes são sempre frescos e não processados, preferencialmente orgânicos (em geral, 100% orgânicos). A alimentação viva é sempre vegetariana e, em geral, vegana (algumas vezes se utilizam mel e, menos comumente, leite de vaca cru).

Para se fazer alguns dos pratos, utilizam-se desidratadores, que “cozinham” a comida lentamente (às vezes por mais de 24 horas) sem ultrapassar essa temperatura.

No Brasil, onde adoção da alimentação viva cresce bastante a cada dia, em geral é difícil a utilização do desidratador por ser um produto importado e caro. Como alternativa a eles, utilizam-se a luz do sol, abundante em nosso país, e panelas de barro aliadas às próprias mãos para mexer os alimentos, já que assim é possível controlar a temperatura (que é aquela até a qual a mão é capaz de aguentar sem se queimar).

O Pure food and wine talvez seja o restaurante vivo mais famoso do mundo. Sua atmosfera elegante, a carta de vinhos e a inventividade dos pratos faz com que em geral as pessoas se esqueçam que estão comendo algo que não foi de fato cozido.

Ao lado, virando a esquina, eles abriram uma versão mais rápida e um pouco mais barata do restaurante: o One lucky duck, que serve alguns dos pratos que são servidos no Pure food and wine, sem falar que a comida de ambos é feita na mesma cozinha, pelas mesmas pessoas. Então, como não sou boba nem nada, escolhi ir no mais barato.

Ainda assim, os preços são salgados. Tão salgados quanto a lasanha de abobrinha que pedi. No cardápio, ela parecia tentadora: camadas de abobrinha desidratadas, com tomates, queijo de castanhas, pesto de manjericão e de tomate seco. Mas quando chegou, uma decepção: o queijo de castanhas era super pesado e o prato todo estava tão salgado e intragável que botei numa caixa e levei pra casa (no final, ninguém quis comer e acabou indo pro lixo).

Quem já esteve no Universo Orgânico, restaurante vivo da chef Thiana Rodrigues, lá no Leblon (Rio de Janeiro) e provou a lasanha viva dela, jamais aprovaria a versão do Pure food and wine.

A versão carioca é muito mais bem feita, com um delicioso queijo cremoso de macadâmia e um molho de tomate que nunca provei igual. No Festival Vegano que rolou no Rio em julho passado, essa lasanha viva deu o que falar entre meus amigos.

Mas pode ser só que eu tenha dado azar, ou pedido o prato errado. Portanto, ainda assim recomendo o Pure food and wine pra quem está a fim de conhecer a alimentação viva.

(mas também quero recomendar o Universo Orgânico, no Rio!)

Sites:

Pure food and wine: http://www.oneluckyduck.com/purefoodandwine/

Universo Orgânico: http://www.universoorganico.com/

Gobo: vista seu melhor traje

Lá fui eu, depois de um dia inteiro batendo perna, de mochila nas costas, adentrar este fino restaurante perto do Meatpacking District (local famoso pelas boates caras e lojas de estilistas descolados). Mas fui eu que me senti descolada da realidade: lá dentro, um povo arrumado que só, cheirando a muito dinheiro. Mas tudo bem, eu só ia comer uma entradinha mesmo e ir embora, já que os preços são um pouco abusivos pro meu orçamento.

O ambiente de lá é bem festivo, muito barulho de gente conversando e o povo sentado em uma grande mesa comunitária. Do salão pode-se ver a cozinha, toda pilotada por chefs orientais, e o trabalho rolando lá dentro.

Pedi uns espetinhos de seitan com molho de mostarda e chá verde. O que me impressionou bastante durante essa viagem, foi como Nova York tem uma tradição de elevar a produção de seitan a um nível nunca antes imaginado por mim. Como se pode notar pela foto, este seitan é bem diferente dos que costumamos ver em Brasília (ou no Brasil em geral). Estava uma delícia, com uma casquinha defumada de quem provavelmente foi feito na brasa.

Recomendo o Gobo para quem quiser aumentar o nível do jantar ou para uma ocasião especial em que não há muita preocupação com o dinheiro (vai que você planeja ficar noivo em NY, né?), mas também não é um preço absurdo e não-pagável, a questão é que as porções não são muito grandes, então provavelmente antes do prato principal será necessário pedir uma entrada.

Visite e conheça o cardápio: http://www.goborestaurant.com/

Sacred Chow: oásis na babilônia





Este pequeno e charmoso restaurante no Village, bairro descoladíssimo de NY, é um verdadeiro achado. Mais um da lista “recomendo fortemente pra quem for a Nova York”. Não perca!

A logo do Sacred Chow é uma vaca meditando, e o nome tem relação com “vaca sagrada” (“sacred cow”). O dono do estabelecimento, antigo chef e confeiteiro do Candle Café (anteriormente citado aqui no blog), resolveu que deveria partir para voo solo e abriu o próprio café. No início, o Sacred Chow não era vegano pois servia alguns laticínios, o que não condizia com o conceito da vaca sagrada... No entanto, com o tempo, eles passaram a ser veganos, majoritariamente orgânicos e comprometidos com os direitos humanos (os ingredientes tropicais utilizados são provenientes de comércio justo).

O simples fato de entrar no café causa uma tranquilidade imediata que raramente se encontra nessa grande metrópole. Uma grande fonte de água corre no canto do salão. A iluminação é na medida certa, bem leve. A atendente, um amor de criatura e filha de brasileira, fala tranquilamente e tem toda paciência do mundo pra explicar coisas e esperar a decisão do cliente (fato quase inexistente nos EUA).

O forte do cardápio são os tapas – palavra espanhola para tira-gostos. Tem diversas opções, e cada porção é do tamanho de um prato de sobremesa. Se pedir três, o preço unitário sai mais barato.

Outro forte é a confeitaria: a seleção se sobremesas é inacreditável (cookies, brownie com sorvete, bolos, cupcakes, docinhos, macaroons, sundae, crumble de frutas...).

Eles também servem sanduíches, saladas e deliciosas opções de brunch aos fins de semana.

Aqui a comida é mais caseira mesmo (toda feita lá), nada das carnes falsas compradas na loja oriental e recicladas na cozinha (eu já tava meio cansada dos cardápios repetitivos dos restaurantes veganos, que se baseiam nessas carnes falsas). No máximo, um seitan (nossa conhecida “carne de glúten”), mas eles também fazem por lá.

Bom, vamos ao que eu pedi (de cima para baixo):

  • Dijon marinated raw kale: um tipo de couve crespa que tem por aqui, crua e marinada no molho de mostarda dijon e maple syrup. Delícia total, raspei o prato (sem falar que fazia tanto tempo que eu não comia algo cru/vivo que meu organismo estava quase definhando).

  • Root vegetable latkes with Indonesian date butter: latkes (essas panquequinhas) de tubérculos com manteiga de tâmaras indonésia

  • Black olive seitan: imaginei que esse seitan viria com um molho de azeitonas pretas ou algo do tipo, mas qual não foi a minha surpresa ao sacar que a massa do glúten já é feita com elas, então é um seitan sabor azeitonas pretas. Bem inovador!

  • Bolo trufado de chocolate: tá eu tenho que admitir isso pro mundo: essa foi a melhor sobremesa vegana que comi na vida. Fiquei aqui dias pensando se eu não estava em dúvida entre este bolo e a sobremesa que comi no Candle 79 (será postada em breve), mas esse bolo trufado não tem comparação. É um exagero de gostoso. Tanto chocolate que nem consegui terminar. E essas nozes caramelizadas por cima... Quero nem ficar lembrando.


Ai, comi demais!!!!

Para conhecer essa maravilha de Sacred Chow, veja: http://sacredchow.com/